No Maranhão, Dia dos Povos Indígenas: línguas nativas de povos originários correm risco de desaparecer.

Segue a foto
19/04/2024

Nesta sexta-feira, 19 de Abril, celebra-se o Dia dos Povos Indígenas, pondo em evidência a luta que esses povos enfrentam para sobreviver e manter a tradição que seus ancestrais construíram e passaram em diante.

Contrariando a função comemorativa da data, vários povos originários do Maranhão temem pelo iminente desaparecimento de suas línguas nativas, relatando que as novas gerações usam cada vez menos para se comunicarem entre si.

O Maranhão é o terceiro estado do Nordeste com a maior população indígena, segundo dados do Censo do IBGE de 2022. O estado tem 57.214 pessoas que se autodeclaram indígenas. Destes, mais de 72% vivem nos 20 territórios do estado que reúnem 9 etnias.

Destes territórios, apenas 17 estão devidamente demarcados. São eles: Krikati, Krepyn katejê, Timbira, Canela Memõrtumre, Canela Ramkokamekrak, Gavião Pukobjê, Krenjê, Guajajara, Ka’Apor, Awa Guajá, Gamela, Tremembé, Tikuna, Awrao, Anapuru Muypurá, Kariu Kariri e Tupinambá.

Nestes territórios, algumas línguas, apesar da cada vez mais cair em desuso, ainda sobrevivem, tais como a tenetehara, que tem dialetos em guajajara e tembé; a kaapor, que também tem a língua em sinais, guajá, do ramo tupi; timbira, linhagem do macro-jê, que se divide em outros dialetos tais como o canela, gavião pukobiê e krikati.

Um dos motivos para o desaparecimento das línguas indígenas, está na crescente saída dos territórios demarcados e das comunidades tradicionais para os centros urbanos do estado. Como estas línguas não são utilizadas para a comunicação diária, estes indígenas acabam tendo que abrir mão da língua de origem.

(G1-Ma)

Blog Rony Uchôa 

(Conteúdo de Notícias)

Comentários